Because of youI find it hard to trust
Not only me, but everyone around meBecause of youI am afraid− Kelly Clarkson in Because Of You
− É um álbum antigo, talvez
do tempo em que ainda estávamos casados e felizes. – Justificou-se.
− Felizes? Vocês foram
felizes, quando?
− Demetria, tu não
conheceste bem o teu pai. Não fales assim dele! – Depois de tantos anos, Dianna
ainda acreditava em coisas que foram impossíveis.
− Não conheci? Eu vi a mãe
todas as noites repleta de hematomas, feridas, nódoas negras na cara. Mais
tarde, o meu pesadelo começou, ouvir que tudo o que fazia era errado ou inútil.
Lembro-me de cada palavra como se fosse uma corte profundo, de cada briga e
sobretudo de cada hematoma que ele me fez. Ele nunca foi e nunca será o meu
pai.
“
A porta foi batida com força, a besta
chegara. O choro completaria, em breve, o silêncio calmo e receoso que havia
por toda a casa.
−
És uma inútil! – Um som de estalo ecoou. Aquilo doía-lhe tanto como se fosse
nela. – E onde está aquela vergonha, de que és mãe? – A raiva era notória na
sua voz.
Demetria
dava pequenos passos, enquanto prendia o choro.
–
Sabes uma coisa, peste? – As suas roupas tresandavam a álcool e havia a presença
de batom vermelho na sua gola e pescoço, com certeza de alguma vadia que tinha
fodido na esquina mais próxima. – Tu és uma vergonha para mim!
As
lágrimas rolavam, o seu rosto sentiu algo ferver, era o começo de mais um
inferno, que envolvia palavras violentas, cinturadas e estalos.
Se
iriam ficar marcadas as cinturadas? Claro! Ela já tinha várias espalhadas pelo
corpo.
−
Vocês são uma vergonha para mim! Eu vou vos abandonar, para poder ir viver com
a minha amada, a única pessoa que eu amo e que me ama. – Patrick traía Dianna,
esse era o porquê de ele passar semanas fora e depois tudo virava uma
tempestade escura. – Ela é melhor que vocês as duas juntas. Demetria fica a
saber, a minha filha não é uma baleia como tu. – As palavras eram mais
dolorosas do que todos os estalos. Ele virou as costas e subiu as escadas e
carregou duas malas com ele. Dianna viu a pessoa que lhe prometeu um amor “até
que a Vida vos separe” ir embora.
Demetria
viu o seu pai, aquele que seria o seu herói quando caísse ao tentar equilibrar-se
da bicicleta, o que contaria uma história nos dias de chuva, como naquele
dia... Mas o seu coração singelo foi consumido pelo prazer do egoísmo.
Ele
virou as costas...”
As cicatrizes no corpo e no
psicológico permaneciam nela, intactas e
incuráveis.
Apenas os mais próximos
sabiam que a mãe tinha um cancro e o pai tinha ido embora por puro egoísmo. Todos
os outros pensavam que o seu pai tinha morrido antes de ter nascido, a mãe
usava perucas para disfarçar a ausência de cabelo e as cicatrizes. Bom, ela
mentia sobre as suas fístulas e disse que tinha sido “Um acidente na infância”.
− Demi, espera! – Demetria
levantou-se do sofá e correu para o seu quarto e trancou-o. As lágrimas caíam
descontroladas, o seu corpo amoleceu e foi deslizando lentamente pela porta
branca. O seu desejo era poder trancar aquele pensamento numa caixa.
O seu telemóvel vibrou dentro
do bolso, uma mensagem de Selena. “Amanhã às quinze e dez no bar da rua.”, Demetria
não tinha nem uma pontada de entusiasmo, mas era melhor ir que ficar em casa a
pensar no que não devia.
Thursday, 09:15 a.m.
Lovato’s House, Santa Barbara CA
Os raios de sol iluminaram
o quarto, com toda aquela agitação tinha-se esquecido completamente de baixar
as persianas.
As suas pernas pesavam imenso
e o caminho até à casa de banho parecia longínquo. Algo obrigava-a a não se
levantar ou andar, talvez um pressentimento.
Depois de tempos infinitos
na casa de banho, desceu e procurou distrair-se com algum programa que passasse
na TV. Não que algum prestasse.
Thursday, 02:47 p.m. Lovato’s House, Santa Barbara CA
Demetria tinha adormecido
completamente, com certeza a sua mãe já teria almoçado e não a chamou. Correu
para a cozinha e viu um bilhete preso por um íman na porta do frigorífico.
“Demi, não te preocupes comigo. Voltarei em breve.
Beijos, Mamã.”
Aquilo soava estranho
demais. Respostas curtas vindas dela, não eram coisa boa.
Thursday,
03:15 p.m. Bar, Santa Barbara CA
O bar estava meio cheio por
ser sábado à tarde. Demetria avistou uma pequena mesa no canto com alguns dos
seus amigos.
− Olá, pessoas! – Sentou-se
e reparar em alguém a mais. – O que é que ela está aqui a fazer?
− Olá, Demi. Bom, pergunta
ao Jonas. – Selena olhava-o torto, poderia espancá-lo com o olhar se pudesse.
– Não é, Sr. Inteligência?
− Bom, Demetria. – Tremeu.
– Nós voltamos.
O sangue de Demetria ferveu
por ser chamada de “Demetria” e ouvir “Nós
voltamos.” tudo numa assentada. Ela virou a cara como uma manifestação de
raiva e sorriu.
− Parabéns, pombinhos. –
Sorriu ironicamente e levantou-se para pedir alguma coisa. O seu subconsciente
pedia para que batesse com a cabeça na parede, para ter a certeza que era um
pesadelo, só que seria burrice bater com a cabeça nas paredes. A burrice mais
perigosa e estúpida era a dele. Depois de todo o choro e tudo mais, não era o suficiente
para ser um “abre olhos"?
− Viste, Selena? Ela aprovou.
Dá-me os meus cinquenta dólares.
− Se inteligência pagasse
imposto, estarias endividado. – Selena bateu com a mão na testa. Jonas
aguardava os seus cinquenta dólares.
Olá, meninas! Tudo bem? Desculpem, se ficou dramático demais, porque
esse dia tinha sido uma bosta...
A partir de hoje os horários serão quarta, sexta e sábado, sim? Pelo
menos, tentar cumprir.
Beijos.
Hey! Tudo e com você?
ResponderExcluirObrigada, Jenny!
Em breve saberá, em breve!
Besos